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Equipe de Manutenção x Custos

 

Neste artigo, irei tratar de um tema muito relevante para as empresas atualmente: equipe de manutenção x custos. A ideia principal será discutir essa relação e mostrar como podemos extrair o melhor custo benefício dela. Para desenvolver sobre esse tema, será inevitável também falar sobre as gerações e os tipos de manutenção (corretiva, preventiva e preditiva), pois é justamente na política de manutenção adotada pela empresa que podemos otimizar cada vez mais essa relação.

 

Conforme Kardec e Nascif (Manutenção – Função Estratégica) podemos dividir a manutenção em 3 principais gerações:

  • A primeira geração abrange o período pós primeira Guerra Mundial (décadas de 20 / 30), em um momento onde a indústria não era muito mecanizada, os equipamentos eram simples e não se tinha a produtividade como prioridade. Assim, as manutenções abrangiam basicamente limpeza, lubrificação e reparos após a quebra, ou seja, basicamente se trabalhava com manutenção corretiva.
  • A segunda geração abrange o período pós Segunda Guerra Mundial (décadas de 50 / 60). Neste momento, o mundo começou a demandar de todo tipo de produto, ao mesmo tempo que a mão-de-obra diminui consideravelmente. Então passou-se a mecanizar as industrias e exigir maior confiabilidade dos equipamentos. Começa aí o conceito de manutenção preventiva, como intervenções periódicas para garantir maior vida útil do equipamento e minimizar paradas inesperadas. 
  • A terceira geração inicia-se a partir da década de 70, período de aceleração da produção industrial e exigência para maior qualidade dos produtos. O custo de uma parada de produção passou a ser extremamente relevante e, com isso, a preocupação com a manutenção também cresceu. Começa a nascer o conceito de manutenção preditiva, visando o conceito de disponibilidade/confiabilidade dos equipamentos. 

 

Nota-se claramente a evolução do processo de manutenção de acordo com essas gerações, onde podemos definir que na primeira geração existia apenas o conceito de corretiva (“quebrou, conserta”), na segunda geração aparece conceito de preventiva (“manutenções periódicas”) e na terceira geração surge, enfim, o conceito de preditiva (“disponibilidade / confiabilidade”). A partir desses conceitos, podemos seguir a análise principal desse artigo, discorrendo sobre a necessidade de equipes para cada tipo de manutenção.

 

A manutenção corretiva é reativa, ou seja, geralmente gera uma emergência, necessidades imediatas de intervenção e, com isso, exige que a empresa mantenha disponível uma equipe grande de pessoas para atender as demandas no menor prazo possível. Dessa forma, não há planejamento e a tendência é ter um custo elevado a cada intervenção necessária.

 

A manutenção preventiva é baseada em planejamento, ou seja, a partir da experiência do operador e/ou indicações do fabricante é elaborado o plano de manutenção dos equipamentos e distribui-se as ordens de serviço para cada integrante da equipe ao longo dos dias. Com isso, há uma previsibilidade de serviços X mão de obra e pode-se dimensionar de forma mais adequada equipe e materiais, reduzindo bastante a necessidade de intervenções corretivas emergenciais. A tendência é ter maior previsibilidade de custos, dimensionamento correto de equipe e controle dos processos. Neste caso, o próprio operador da máquina é capacitado à executar pequenas manutenções programadas, permitindo a redução do corpo de manutenção.

 

A manutenção preditiva trabalha com a confiabilidade dos equipamentos, ou seja, faz acompanhamento periódico através de coleta de dados e inspeções, ou seja, o próprio equipamento fornece os dados de performance, depreciação, calibração, entre outros. Baseado nessas informações o plano de manutenção é elaborado de forma dinâmica, sendo atualizado constantemente com informações em tempo “quase” real. Dessa forma, é possível dimensionar sua equipe de manutenção de forma precisa, ter previsibilidade de custos e manter o processo sempre em alto nível de performance e confiabilidade.

 

Com isso, podemos concluir que uma equipe grande de manutenção não necessariamente significa que sua capacidade de atendimento é maior. A experiência que vivemos e transmitimos ao cliente é que trabalhando focado nos conceitos de manutenção preventiva e preditiva é possível ter uma planta extremamente produtiva, eficiente e confiável com uma equipe enxuta. Isso se refletirá inclusive nas paradas de manutenção através de um planejamento mais assertivo, redução de escopos e tempo de parada. A chegada da indústria 4.0 reforça ainda mais esse conceito, pois cada vez mais há a preocupação com a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos para manter as plantas em alta produtividade.


E aí...em qual geração está a manutenção da sua empresa?

 

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